APP Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná

Notícias

Fique por dentro de todas as atividades do sindicato.
10 jul

Professores(as) da rede estadual do Paraná afirmam ter a saúde afetada durante o trabalho nas atividades a distância.

85,7% dos participantes afirmam ter a saúde afetada. Pesquisa realizada pela APP Sindicato Londrina em parceria com projetos da UEL constatou que a precarização e a intensificação do trabalho contribuem para o adoecimento. Exaustão e adoecimento são tratados com deboche pela SEED.
Acesse: 2º Relatório Parcia da Pesquisa


A APP Sindicato de Londrina realizou com o apoio de projetos de ensino/pesquisa/extensão da Universidade Estadual de Londrina a pesquisa “Atividades escolares durante a pandemia e condições de trabalho docente no Paraná”. O segundo relatório parcial divulgado hoje, (10/07), apresenta os resultados das questões que abordaram o desenvolvimento de atividades a distância e os impactos à saúde dos/as docentes da rede pública do Paraná.
A professora do departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina, professora Drª Ângela Maria de Sousa Lima, aponta que “o trabalho remoto tem resultado diversos impactos à saúde dos/as trabalhadores/as da educação. Ansiedade, stress, angústia são recorrentes nas repostas dos/as participantes. Outro fator que merece destaque é que a precarização e a intensificação do trabalho são variáveis importantes nesta realidade. Neste sentido, não tem como dissociar condições de trabalho e adoecimento”
Karina de Sá Furlanete, professora de Ciências da Natureza da rede pública estadual do Paraná e mestre em Educação pela Universidade Estadual de Londrina – UEL aponta que “no caso das atividades remotas desenvolvidas no Paraná os princípios de uma política educacional neoliberal em curso, tem valorizado o gerenciamento, o alcance de índices, a produtividade e o controle sobre a atividade docentes desenvolvidas por meio das plataformas. Por conta disso, esta política também produz impactos preocupantes nas condições de trabalho e na saúde dos/as docentes, acirrando uma situação de precarização que já se sentia anteriormente”.
Outro fator identificado na pesquisa é que o excesso de trabalho, as cobranças e a pressão vivenciadas no desenvolvimento do trabalho remoto impactam a saúde de 32,70% dos/as docentes. O secretário de assuntos jurídicos da APP Sindicato Londrina, destaca “que a questão da pressão e do assédio no ambiente do trabalho, são preocupações recorrentes entre os/as especialistas que estudam esta área, assim como das entidades sindicais que lutam pela melhoria das condições de saúde e de trabalho dos/as profissionais da educação. A pesquisa tem a intenção de chamar a atenção para o problema que agravou-se nas atividades remotas”.
No final do relatório os pesquisadores(as) reforçam “entre os principais problemas apontados são centrais as questões referentes à ansiedade, estresse, angústia, entre outras referências já destacadas ao longo do texto. Tratam-se de sintomas que consideramos provenientes da insegurança em relação às relações e condições de trabalho, que envolvem intensificação do ritmo, desinformação sobre os procedimentos para desenvolvimento das tarefas, e falta de acesso à formação continuada para lidar com as tecnologias e com esta nova situação de ensino […]o trabalho do/a professor/a não pode ser improvisado, requer garantias que favoreçam tanto o bem-estar deste profissional quando se almeja o desenvolvimento de um trabalho pedagógico com qualidade e que respeite os direitos humanos dos/as que se dedicam a ensinar, mesmo diante de todos os desafios impostos nestes contextos”.