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6 fev

PANDEMIA: Professores das escolas estaduais de SP anunciam greve a partir de segunda contra a volta às aulas presenciais

Os cerca de 4 milhões de alunos matriculados no Ensino Fundamental ou Médio da rede estadual de ensino público paulista vão seguir sem aulas presenciais. O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) anunciou hoje que a categoria fará uma greve contra a volta das aulas presenciais, agendada para a próxima segunda-feira (08/2/21).

A Apeoesp realizou uma assembleia regionalizada virtual na qual 91% da categoria votou a favor da paralisação. Já 82% foram favoráveis a permanecer com o ensino remoto. O problema, segundo os pais dos mais de 4 milhões de alunos atendidos pela rede, é que as aulas remotas não estão funcionando, e muitos denunciam nas redes sociais que muitas escolas públicas não tiveram sequer aulas remotas em 2020.

Depois da decisão da juíza Simone Gomes Casoretti, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) ter suspendido em 29/01 o retorno às aulas presenciais e o governo de SP ter recorrido – o presidente do TJSP, desembargador Geraldo Francisco Pinheiro Franco, suspendeu a decisão no dia seguinte – o impasse sobre a volta às aulas das crianças brasileiras segue indefinido, agora devido à greve dos professores.

Em nota oficial, a presidenta do Sindicato e deputada estadual, Professora Bebel, explica que se trata de uma “greve sanitária em defesa da vida contra a volta às aulas presenciais”. Ela afirma que, diferentemente de outras paralisações, desta vez o foco é a saúde, preservar vidas, tanto de professores quanto de estudantes, funcionários e familiares.

Seduc-SP informou, em nota oficial, que lamenta que o sindicato se paute por uma agenda político-partidária completamente desvinculada do compromisso com o aprendizado dos alunos e que a Apeoesp “esquece de contabilizar os riscos diversos atrelados ao atraso educacional e à saúde emocional e mental das milhares crianças e adolescentes”.

A secretaria informou que tomará as medidas judiciais cabíveis e que em caso de eventuais faltas, o superior imediato irá analisar a justificativa apresentada, de acordo com a legislação: “Faltas não justificadas pelos profissionais serão descontadas”.

A Seduc-SP informou que para proporcionar o retorno seguro das aulas comprou 12 milhões de máscaras de tecido, 440 mil face shields (protetor facial de acrílico), 10.740 termômetros a laser, 10 mil totens de álcool em gel, 221 mil litros de sabonete líquido, 78 milhões de copos descartáveis, 112 mil litros de álcool em gel, 100 milhões de rolos de papel toalha e 1,8 milhão de rolos de papel higiênico.

Já a Apeoesp afirma que não há condições para um retorno seguro. “As escolas não apresentam a mínima infraestrutura. Recebemos a todo momento fotos e vídeos de professores mostrando banheiros quebrados, lixo acumulado, goteiras, álcool em gel vencido. E tudo isso já está causando consequências graves”, diz o sindicato em nota oficial.

A Apeoesp fez um levantamento em que constatou até agora 147 casos de covid em escolas (veja aqui a pesquisa).

O Sindicato vai realizar, durante a próxima semana, uma série de atos e manifestação. “Queremos dialogar com a população. Teremos carros de som em todas as cidades, campanha de esclarecimento nas redes sociais, rádios e TV, carreata, manifestações regionais. Além disso, iremos às Câmaras Municipais, conversaremos com prefeitos e realizaremos encontro com professores, pais, mães, estudantes e funcionários, entre outras ações”, conclui a Professora Bebel.

SP na fase amarela a partir desta sexta-feira

governo de SP anunciou hoje que algumas regiões do Estado passaram da fase laranja para a amarela, como a região Metropolitana. Veja o mapa divulgado hoje:



Vale lembrar as regras determinadas pelo Governo do Estado de São Paulo para o retorno das aulas presenciais: cidades que estivessem nas fases laranja e vermelha devem voltar às aulas presenciais com 35% de alunos em sala de aula, fração que passa a 70% na fase amarela 100% na fase verde, a partir do dia 1º de fevereiro.

Contudo, as escolas não conseguiram se preparar a tempo e em 22/01/21 essa data mudou para 8/2/21 e deixou de ser obrigatório (para todos que não estivessem no grupo de risco da doença), e passou a ser opcional, ou seja, os pais poderiam enviar os alunos para aulas presenciais na escola ou poderiam seguir de forma remota.

O Estado de São Paulo corresponde a 36% do total de matrículas no ensino público no Brasil, com cerca de 4 milhões de alunos frequentando, no ensino regular, as mais de cinco mil escolas estaduais paulistas. A rede estadual possui mais de 250 mil professores atuando nas salas de aula, além de cerca de 65 mil servidores que atuam em funções administrativas ou técnicas nas unidades escolares e nos órgãos centrais da Educação, segundo dados da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP).

Com informações: saopauloparacriancas.com.br

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