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18 jul

É PRECISO FALAR EM DEFESA DAS MULHERES

É PRECISO FALAR EM DEFESA DAS MULHERES: SUELI APARECIDA LOPES (Diretora da Secretaria de Formação Política e Cultural da APP Londrina). Londrina, 15/07/2022.

Eu não sei vocês, mas eu sinto a necessidade de refletir sobre esta histórica opressão e violência sofrida pelas mulheres, em uma civilização que tem insistido em manter-nos em lugar de subalternidade, sendo constantemente e de diversas formas abusadas pela estrutura machista e misógina que tem relegado às mulheres um apagamento de nossos direitos e vontades sempre em favor dos homens.

Embora no Brasil as mulheres venham sofrendo abusos desde a colonização portuguesa, atualmente estamos atravessando um período no qual as notícias diárias têm dado maior visibilidade a inúmeras violências sofridas por tantas meninas e mulheres. A sociedade tão machista nos faz acreditar que somos nós, as mulheres, as culpadas por usar certas roupas, sair em determinados horários, expressar certas atitudes. Então se naturalizou que alguns comportamentos podem tornar as mulheres mais vulneráveis. E, assim, condena-se a vítima pela violência sofrida. Mas, até quando os homens continuarão nos impondo um único padrão comportamental inventado pela sua lógica masculina?

É urgente desconstruir essa cultura misógina e sexista, presente em toda estrutura social, jurídica, religiosa, jornalística e demais instituições contemporâneas que insistem em governar a vida das mulheres, seus corpos e mentes femininas, sobretudo das mulheres pobres e negras, que mesmo quando violentadas enfrentam dificuldades em terem seus direitos legais assegurados. Muitas delas, quando levam adiante uma gravidez, resultado de estupro, ainda assim são julgadas e condenadas, por parte da sociedade que deveria ampará-las, oferecendo uma rede de apoio. Mulheres são constantemente agredidas, aprisionadas e mortas, geralmente dentro de suas casas, por pessoas próximas, muitas vezes, por elas amadas e que usufruíram de sua confiança. É preciso dar um basta nesta história que tanto maltrata e adoece.

Neste recente caso ocorrido em hospital no país, quando no centro cirúrgico, em um momento tão importante na vida de uma mulher, um médico no exercício da profissão que estava ali para proteger a vida da paciente, tornou-se um abusador perverso sem escrúpulo algum, na busca de ter o seu prazer sexual atendido, num total desrespeito à ética médica. Subjugou e desprezou o ser humano que ali estava.

Tais situações são inacreditáveis, mas recorrentes, pois existe um círculo vicioso de atrocidades cometidas contra as mulheres que precisa ser interrompido. Cobrar punições exemplares, exigindo o cumprimento das legislações existentes como a Lei Maria da Penha 11.340 de 07/08/2006, uma lei premiada, com 7 capítulos e 11 parágrafos que contém medidas a serem tomadas em proteção das mulheres. Denuncie todas as formas de violência contra às mulheres. Quaisquer abusos, ligar nas delegacias das mulheres, centro de atendimento as mulheres ou pelos telefones: (180 – 100 – 190).