Em tempos de pandemia precisamos refletir sobre as mulheres – DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES – 8 de MARÇO de 2021.

Autora: Sueli Aparecida Lopes- (Sec. Das Mulheres Trabalhadoras e em defesa dos direitos LGBTQI+APP Londrina).

Não podemos aceitar o Dia 8 de março apenas como um dia de comemoração, de celebração, dia de receber flores e bombons, pois como seres pensantes queremos nesta data refletir sobre as reais condições de vida das mulheres pelo mundo afora, tanto no ocidente como no oriente.

 Não temos motivos para comemorar, pois nós mulheres precisamos de muito mais. Precisamos de inúmeros direitos que não são atendidos. Nós, diariamente, vivemos em condição desigual em relação aos homens.

Enfim, neste 8 de março de 2021, decorridos mais de cem anos pela luta de visibilidade, por direitos civis, direitos humanos e direitos trabalhistas (desde 1917), e outros movimentos do século XIX, nós mulheres declaramos: não queremos ocupar o lugar de ninguém! Mas exigimos respeito e cidadania plena!

Queremos o direito ao nosso espaço: pretendemos uma vida digna, plena, queremos o direito de escolha, o direito de governar nossas vidas, nossos corpos, nossas mentes, sem a tutela de ninguém.

Queremos o direito de amar e ser amadas. De viver, de caminhar nossa trajetória, do nosso jeito, por nós mesmas. Queremos que nossas vozes sejam proclamadas e caso não queiramos, o direito de silenciar também é nosso.

Queremos educar, transitar, ensinar, votar, ser ou não mãe, sermos artistas, ativistas ou não. Mas nós escolhemos. Queremos caminhar com a roupa que quisermos, usarmos ou não maquiagens.  Aliás queremos o direito de nos manifestar ou não se esta for nossa vontade.

Queremos o direito de sermos da esquerda ou não se for nossa convicção. Vejam bem, queremos ser RESPEITADAS!Assim, como temos o dever de compreender os que pensam e agem diferentes de nós, pois nosso lema permanece sendo a igualdade de gênero e de direitos para pessoas que são fundamentalmente diferentes… sempre… A diversidade traz consigo a plenitude a nós seres humanos. Não queremos ter medo da opressão. Não pretendemos ter medo de ser felizes…

Nossa luta será a resistência permanente. Lutar continuamente para todos termos a coragem de superar estes tempos sombrios e voltarmos a ter esperança em dias melhores.  Nós almejamos e acreditamos num futuro mais justo, com uma sociedade mais humana e solidária. Assim, queremos optar e decidir para mudar, para avançar, para melhorar, a nós e o mundo à nossa volta.

Queremos vacina sim! Para todos e todas e o mais rápido possível. Repudiamos todos os gastos públicos equivocados e pagos com os recursos dos nossos impostos. Queremos aulas de sociologia, filosofia, arte e queremos respeito às nossas diferenças. Queremos uma escola pública de qualidade, sem misturar com religião(laica), com autonomia na escolha de diretores e demais cargos na educação. De mãos dadas, unidas vamos lutar por uma escola pública, laica, gratuita e universal.

Priorizamos o diálogo, o bom senso e o respeito às mulheres!!! Queremos uma franca e forte democracia, com respeito as instituições, com respeito às ciências, à pesquisa, à educação como pilar da construção de uma sociedade verdadeiramente democrática.

Afinal, as mulheres são a maioria da população.  E somos muito diversas entre nós:  trabalhadoras, educadoras, mães, arrimos de família, com jornadas triplas de trabalho: tanto na fábrica, no comércio, na escola ou em nossas casas.  E dentre nós, as mulheres negras, indígenas, deficientes, gordas, idosas, deficientes, aposentadas ou moradoras de periferias, constituem as mais prejudicadas ainda. No atual contexto de pandemia, estamos ainda mais pobres, doentes e sobrecarregadas de tarefas diárias.

Neste mês de março, assim como em todos os dias, precisamos reconhecer a importância das mulheres na sociedade em todos os campos. Em parceria civilizatória, com os homens de bons princípios, havemos de construir um mundo de justiça social, com direitos humanos respeitados para todas e todxs. Pois, enquanto houver desigualdade de gênero e mulheres sendo vítimas de hierarquias e opressão, não seremos uma humanidade plena e justa.