APP Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná

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1 dez

Somos resistência! 2 colégios disseram NÃO à militarização

A consulta pública sobre a adesão de escolas estaduais de ensino regular ao modelo cívico-militar no Paraná foi realizada entre os dias 28 e 29 de novembro de 2023. Ao todo, 127 colégios estaduais de 56 cidades do estado participaram do processo, que deveria ter ocorrido de forma imparcial e com direito ao contraditório, mas foi marcado por práticas antissindicais e muita propaganda tendenciosa nas redes sociais e grupos oficiais de WhatsApp utilizados pelas instituições envolvidas para enviar comunicados aos pais, mães e responsáveis pelos alunos e também nos grupos com os alunos, sem oportunizar que aqueles contrários ao modelo se manifestassem. As ilegalidades constatadas foram levadas ao conhecimento do Ministério Público e do poder judiciário pela APP- Sindicato  

No núcleo sindical de Londrina, 20 escolas estaduais participaram da votação sobre a adesão ao modelo cívico-militar. O resultado da consulta indica a aprovação da proposta em 18 escolas, sendo rejeitado por outras 2 escolas – o Colégio Estadual Profª. Lúcia Barros Lisboa e o Colégio Estadual Profª. Rina Maria de Jesus Francovig. No Paraná, de acordo com o resultado da consulta, 65% dos colégios participantes foram aprovados para a implantação do modelo cívico-militar. Os 35% restantes não foram aprovados. 

A professora Andréa Fleury, secretária executiva educacional da APP Londrina, afirma que “é importante destacar que a implantação do modelo cívico-militar nas escolas indicadas é, ao menos no documento que as nominou, uma decisão da comunidade escolar, a qual precisava ter tido tempo para ser corretamente informada sobre o que de fato muda nessa proposta”. 

A entidade defende que a educação deve ser um direito universal, acessível a todos, independentemente de sua origem social, econômica ou cultural e, como muito bem pontua o professor Márcio André, presidente da APP Londrina, “a militarização da escola, contrariando sua identidade plural, não contribui para a melhoria da qualidade do ensino, e pode, na verdade, prejudicar a educação de milhares de crianças e jovens no estado do Paraná”. Além disso, Márcio André reforça que “a implantação tem sido feita de forma antidemocrática e sem que a comunidade escolar compreenda as reais mudanças propostas: a inserção da disciplina de Civismo e Cidadania, a presença de três ou quatro militares da reserva que fiscalizam o cabelo, as unhas e as vestimentas dos estudantes. Salas superlotadas, ar condicionado que não funciona, ausência de funcionários(as) que são os problemas reais das escolas permanecem intocados”